O Sono de Ganêsha – O Poder Adormecido

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Alguns trechos do livro :

Coligi alguns apontamentos que se vos destinam. Vamos ver se ao passá-los à forma escrita os consigo apresentar com sútra, ou seja, com um fio condutor, o fio que sustenta a nossa caminhada no labirinto, o fio que une os fragmentos da nossa existência, quando somos confrontados, directamente, sem subterfúgios connosco e com aquilo que de facto somos. E esse confronto ocorre uma e outra vez, se o procurarmos, evidentemente. O centro não estará definitivamente resolvido enquanto não nos libertarmos totalmente das amarras da acção dos triguna. Assim, passamos tantas vezes de um labirinto a outro – a constante procura do centro que deve ser tão imóvel quanto rápida. Alguns de vós afirmam ir entendendo o que vos digo umas vezes, e outras nem por isso. Deixando o que não conseguem decifrar para depois. Não tem importância que assim seja. Nestas coisas a que nos dedicamos, entendemos de imediato quando já experimentámos, percebemos o que está em causa quando, na nossa caminhada individual, nos estamos a aproximar da experiência referida. Ficamos sem saber do que se trata se ainda estamos longe. Mas o importante é estarmos a caminho.
João Camacho, in O sono de Ganêsha.


Celebro os ciclos

“Mas também honro as minhas jornadas, da minha vida, dos ciclos de crescimento e de recuo, de frutificação, de colheita, de paragens e de recomeços. A minha vida, como a de todos, mesmo que disso não tenham consciência, é uma sucessão de ciclos. Que se vão desenvolvendo desde o nascimen-to até à morte desta, de novo, até que a morte sobrevenha.
Mas estes ciclos, de mudança e renovação, não ocorrem só na minha vida, mas também na estirpe de onde provenho, na herança da Nossa Cultura, com os quais a minha vida se conecta, dos meus antepassados até hoje. Dos meus mestres, até vós, (…). Toda a minha herança, e os ciclos pelos quais passaram fazem parte de mim. É a antiga sabedoria da Renovação, Destruição, Conservação, contida e expressa nas lendas e ensinamentos de Shiva.”

João Camacho, O Sono de Ganêsha


A caixa deverá ser aberta? Há sempre a tentação de abrir uma caixa. Assim como os homens muitas vezes se tentam a desvendar, a descobrir, uma mulher. Mas o vaso, ou a caixa de Pandora, ficou para a lenda como o aviso de que, às vezes, é preferível não a abrir. A caixa de Pandora continha, guardava, sufocava, protegia, fechava, doenças, males e maldições dolorosas e que trazem a morte aos seres humanos. Mas a mulher quis conhecer aquele poder profundo e oculto, pois não é ela, por excelência, profundidade e ocultação? E, não resistindo, Pandora levantou a tampa da caixa, libertando no mundo os males, as pestilências, as maldições, as doenças, de que ainda hoje padecemos. Pandora, aterrorizada, incapaz de pensar claramente com medo do que tinha libertado no mundo, fechou rapidamente a tampa, não percebendo que, dentro da caixa indestrutível, havia deixado a única possibilidade de salvação do ser humano – a Esperança. E ainda hoje lá está.
João Camacho in O Sono de Ganêsha


Algumas fotos do lançamento do livro  O Sono de Ganêsha (click no link), do Mestre João Camacho.