Epístolas aos meus discípulos:
Meus queridos,
Deixo-vos um quadro, rudimentar, com paralelismo entre os chakra e as glândulas correspondentes. É uma informação que podem obter em qualquer livro. Mas deixo-
-a já destilada. Tenho com isso o objectivo de vos chamar a atenção para estas correspondências. Muito do que ocorrer no corpo físico, em consequência da prática de Yôga, provém da reacção das glândulas. A juventude, muitas vezes o rejuvenescimento, a longevidade, a boa saúde, que costumam ser apanágio dos praticantes de Yôga (ah, e no caso dos swástha yôgis, parece ser imortalidade J), é corolário do funcionamento óptimo, equilibrado, das glândulas. Mas também a manifestação de siddhi, nos quais o corpo físico também interfere, resulta, em grande parte, da acção das glândulas e, obviamente, das hormonas que produzem. Certamente já ouviram falar do fenómeno poltergeist. Há até um filme, já com uns bons anos, que se debruça sobre esse fenómeno. Habitualmente esses fenómenos ocorrem em casas e famílias onde há adolescentes entre os 10-12 anos e os 19-10 anos. Como saberão também, a glândula pineal, glândula cujo funcionamento é algo estranho, actua intensamente durante aquele intervalo de tempo. Por outro lado, tal glândula, corresponde, aproximadamente, no corpo físico, à localização do sáhásrara chakra. E, singularmente, tal glândula, na nossa idade adulta, parece ter a função de reagir à luz. Ou seja, perante a luz, acorda-nos. Se abrirmos a janela do quarto de alguém que dorme, será uma das formas mais adequadas de acordar essa pessoa. Mas sobre esta glândula, deixo ao Prof. A., para quem estes apontamentos também são remetidos, o apelo a que nos encaminhe algumas informações que tenha sobre a mesma e sobre o seu funcionamento.
Estes apontamentos, que vos vou deixando, resultam da minha necessidade de vos comunicar muito sobre o SwáSthya Yôga que habitualmente não está à luz do dia, por muitas e variadas razões. Desde logo porque não se dão pérolas a porcos. Na viagem vai-se indicando este ou aquele aspecto. Vamo-nos transformando com o processo evolutivo. E os arcanos vão sendo comunicados e nós passamos, gradualmente, a ter a capacidade de os entender e de os incorporar de modo a servirem o nosso caminho para a luz. Vou conversando tudo isto convosco, porque sois tão excepcionais que estimulais em mim a necessidade de vos comunicar todas estas pequenas e insignificantes coisa, que vou conseguindo partilhar. Faço-o também, para que a profundidade iniciática do SwáSthya Yôga não se perca entre nós. Pois, infelizmente, em muitas escolas de Yôga, até a referência a chakra, kundaliní, é olhada com desconfiança (a desconfiança resultante de, aquele instrutor de Yôga, em concreto, não saber do que falamos, de nunca ter tido a mais pequena experiência energética, a mais pequena vivência, seja por si e em si, seja pelo contacto, o toque, a presença do seu mestre – e quando assim é, difícil se torna compreender do que se fala). E assim, poupo-vos o trabalho de acederem ao inconsciente colectivo para redescobrirem, mais uma vez, o que já foi descoberto, cujo dever dos que conhecem (o pouquito que “conheço”) é ensinar, transmitir aos discípulos.
Antes de, finalmente, passar ao dito quadro, ainda vos quero dizer porque razão Shrí DeRose é o meu Mestre. É-o antes de mais porque me aceitou como discípulo. Mas também porque foi e é por ele e através dele, ou seja, da motivação que me proporcionou, por si, através da sua palavra, do seu ensinamento, que consegui fazer as minhas práticas de Yôga e concentrar-me o suficiente, para aceder, quando o momento me é favorável, ao inconsciente colectivo e ajudar a resgatar conhecimentos ancestrais que são património da humanidade. Como afirma, no seu último livro, Mestre Sérgio Santos, no SwáSthya Yôga, por vezes, quando escrevemos, o que estamos a fazer é quase psicografia. Não à moda dos médiuns, que escrevem sem saberem o quê, sem terem consciência do que escrevem. Mas, de modo consciente, pomos para o papel esses conhecimentos de antanho, que se resgatam do akasha. É pela força da sua inspiração e do seu exemplo, que tenho Mestre DeRose, como meu Mestre.
Cá segue o dito quadro:
Chakra | Significado | Correspondência física | |||
Localização | Glândula
endócrina |
Hormona | |||
Da flor | Da raiz | ||||
Sáhásrara | De mil pétalas | Brahmarandra
Crânio: fontanela, ou bregma Cérebro: sulco central ou de Rolando |
Glândula Pineal | Pineal ou epífise | Melatonina |
Ajña | Comando | Bhrumadhya. Intercílio. | Glândula pituitária + hipotálamo | Pituitária ou hipófise (+ hipotálamo) | (Hipotálamo) – Hipófise posterior.
(Neuroipófice): – Vasopressina – ADH ou hormona anti-diurética – Oxitocina Hipófise anterior (adenoipófise): – Somatotrofina – GH, ou hormona do crescimento – HCH – Prolactina – Tirotrofina – TSH – Adrenocorticotrofina – ACTH ou corticotrofina – Folicolina FSH – Luteína |
Vishuddha | Purificação | Kantha múlá sthana, garganta. | 4.ª vértebra cervical | Tiróide/paratiróides | Tiróide:
– Tiroxina – T3 – Triodotironina – T4 – Calcitonina Paratiróides: – Paratormona |
Anáhata ou
(Shabda Brahman) |
Onde se escuta o som | Sobre o coração, com um desvio para o lado esquerdo. | 6.ª dorsal | Timo | Hormona tímica |
Manipura | Reluzente como uma jóia. A cidade das mil pedras preciosas | Nabhi sthana – sobre o umbigo | 4.ª lombar | Pâncreas. Ilhéus de Langerhans
Supra-renais |
Pâncreas – Ilhés de Langerhans:
– Insulina – Glucagon Supra-renais – córtex: – Mineralocorticóides – aldosterona – Glucocorticóides – cortisol (cortisona) – Androgénios – androstenediona Medula: – Epinefrina (adrenalina) – Norepinefrina (noradrenalina) – Dopamina |
Swádhisthána | Fundamento de si mesmo | Yôni/Linga | 4.ª sagrada | Glândulas sexuais ou gónadas (ovários/testículos) | Ovários:
– Progesterona – Estradiol – Estrona – Testículos: – Testosterona – Androstenediona – Estradiol – Estrona (estrogénios) |
Múládhára | Suporte da raiz | Guna sthana – períneo, junto do ânus. | Kanda – 3.ª coccígea | Corpo de Luschka |
SwáSthya
(C)Copyright, João Camacho, Yôgachárya.
Dsicípulo de Shrí DeRose
«Sou irmão de dragões e companheiro de coruja.»