A palavra Yôga está dicionarizada, de forma errada, com a seguinte grafia – Ioga. Acontece que esta palavra não é portuguesa. Tem origem no sânscrito. Ora a transliteração mais correcta é a que apresenta esta palavra escrita com Y – Yôga. Pois esta palavra deve ser pronunciada com um som fechado no “o”, ao contrário do que é hábito errado e exclusivo, na língua portuguesa. Assim, surgirá ao longo de todo este curso, grafada da forma acima utilizada – Yôga. Acrescentamos que alguma doutrina, professada pelas melhores autoridades, defende que este é o modo mais correcto de transliterar esta palavra. quer em língua portuguesa, quer em língua castelhana, quer em língua inglesa, que nem sequer usa este sinal ortográfico. Nomeadamente, Shrí DeRose, Faça Yôga Antes Que Você Precise[1], cuja explanação reproduzimos em seguida:
Demonstração de que a palavra Yôga tem acento no seu original em alfabeto Dêvanágarí:
“*Embora grafemos didacticamente acima yoo, este artifício é utilizado apenas para o melhor entendimento do leitor leigo em sânscrito. Devemos esclarecer que o fonema ô é resultante da fusão do a com o u e, por isso, é sempre longo, pois contém duas letras. Nesta convenção, o acento agudo é aplicado sobre as letras longas quando ocorre crase ou fusão de letras iguais (á, í, ú). O acento circunflexo é aplicado quando ocorre crase ou fusão de letras diferentes (a + i = ê; a + u = ô) por exemplo em sa + íshwara = sêshwara e AUM, que se pronuncia ÔM. Daí grafarmos Vêdánta. O acento circunflexão é usado para fechar a pronúncia do ô ou do ê, pois esses fonemas são sempre fechados. Não existe, portanto, a pronúncia «véda» nem «yóga».”
A título de nota de rodapé ainda acrescenta o ilustre Shrí DeRose
“Se alguém declarar que a palavra Yôga (yoga) não tem acento, peça-lhe para mostrar como se escreve o ô-ki-mátrá (ô-ki-mátrá é um termo hindi utilizado atualmente na Índia para sinalizar a sílaba forte). Depois, peça-lhe para indicar onde o ô-ki-mátrá ( ) aparece na palavra Yôga (). Ele aparece logo depois da letra y ( = ya), transformando-a em = yô, longa. Em seguida, pergunte-lhe o que significa o termo ô-ki-mátrá. O eventual debatedor, se conhecer bem o assunto, deverá responder que ô é a letra o e mátrá traduz-se como acento, pausa ou intervalo que indica uma vogal longa. Logo, ô-ki-mátrá traduz-se como “acento do o”. Consulte o Sanskrit-English Dictionary, de Sir Monier-Williams, o mais conceituado dicionário de sânscrito, página 804. Então, mais uma vez, provado está que a palavra Yôga tem acento. A palavra SwáSthya (), por outro lado, possui um a-ki-mátrá () depois da letra v ou w ( = va ou wa), pois seu acento (crase de a+a, = á) está na letra a.( = vá ou wá).”
Entre outros, os seguintes autores também usam a grafia proposta:
Língua portuguesa: António Barahona, Poema do Senhor, Bhagavad-Guitá de Vyassa, 1996, Lisboa, Ed. Relógio D’água;
Língua castelhana: Francisco Kastsberger, Léxico de Filosofia Hindu, 1978, Buenos Aires, Ed. Kier;
Língua inglesa: Shrí Purohit Swami, Aphorism of Yôga, 1937, Londres, Ed. Faber and Faber.
[1] DeRose, op. cit., pg. 16.